sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O fim de um rio sagrado


Desvio de águas e poluição ameaçam o Rio Jordão, onde Jesus teria sido batizado (Daniela Kresch, O Globo, 25/10/2011)

TEL AVIV - Volumoso, caudaloso, opulento, cristalino. Os adjetivos relativos ao Rio Jordão bíblico, citado 175 vezes no Antigo Testamento e 15 no Novo, onde Jesus teria sido batizado, parecem se referir a um lugar imaginário. Hoje, o Rio Jordão, com seus 217 quilômetros, é uma sombra do que já foi no passado. Nada menos do que 96% dos 1,3 bilhão de metros cúbicos de água que deveriam fluir anualmente pelo rio em direção ao Mar Morto são desviados para usos domésticos e agrícolas de cidades e vilarejos de Israel, da Jordânia e da Cisjordânia. Os 30 milhões de metros cúbicos restantes estão poluídos devido ao derramamento de esgoto no leito do rio.

O resultado é um rio fraco, pequeno e sujo, com profundidade máxima de meros três metros e largura de 30 - menos do que a altura da estátua do Cristo Redentor. Nada parecido com a imagem de águas fartas nutridas por muitos. Sagrado pelas três principais religiões monoteístas do mundo - judaísmo, cristianismo e islamismo - o rio está, para muitos, fadado à morte caso nada seja feito para salvá-lo. O chamado Baixo Jordão - os 105 quilômetros que ligam o Mar da Galileia ao Mar Morto - pode simplesmente sumir em um ou dois anos.
Leia a reportagem completa sobre o Rio Jordão.

Atacado por desvios de água e poluição, Rio Jordão,
 onde Jesus teria sido batizado, pode sumir.
Foto: Reuters


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